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abril de 2016

O golpe é da burguesia inteira
contra os trabalhadores

Os trabalhadores do Brasil inteiro nós nos encontramos sob forte ataque. Tanto os governos burgueses da frente popular como a oposição de direita tradicional estão impulsionando ajustes fiscais e “reformas” que buscam resolver às custas dos trabalhadores as consequências da crise econômica capitalista.

Sob o pretexto de combater “a corrupção”, um câncer inseparável do capitalismo, o ninho de corruptos no Congresso, que é um túmulo para os direitos da classe trabalhadora, quer desfazer os resultados das últimas eleições mediante o processo de impeachment. Ao mesmo tempo, as polícias e o judiciário desenvolvem um levante bonapartista em curso no Brasil, ameaçando cada vez mais nossos direitos democráticos.

A demonstração já havia sido dada quando manifestantes contra a farra da Copa, em plena “Cidade Maravilhosa”, foram brutalmente perseguidos. Inclusive alguns de nossa categoria, sofreram algo como prisões domiciliares, para os quais exigimos imediata anulação dos processos. Lembramos que tudo isso foi um ensaio de ação repressiva completada pelo Palácio do Planalto ao enviar as Forças Armadas para o Complexo da favela da Maré.

Agora temos a edição da “lei antiterror”, então patrocinada por Dilma, hoje tolhida pela tempestade dos ventos que ela própria e seu governo semearam. Neste sentido, devemos mobilizar imediatamente o poder da classe operária para dizer basta!

O Rio de Janeiro e sua “Cidade Maravilhosa”, está em destaque na mídia internacional, não apenas por viver às vésperas de sediar as Olimpíadas, mas por ser também terra natal do chefe de quadrilha pmdebista que comanda o impeachment de Dilma, Eduardo Cunha. Além disso, este Estado lançador das UPPs de Beltrame, famosa máquina de matar pretos e pobres, está sob o comando de um governo biônico, já que os vencedores nas eleições fluminenses em 2014, não foi o adoentado “governador” Luiz Fernado Pezão, mas sim foram os votos nulos, brancos e abstenção.

Por sua vez, a ALERJ, está sob o comando do clã escravista dos Picciani, uma ala do PMDB que acaba de “desembarcar” do governo rumo ao impeachment e abriga em seu seio a senadora Kátia Abreu, raivosa e reacionária latifundiária do Agronegócio, também escravista, considerada pelos movimentos camponeses como “moto-serra”.

Esse bando do PMDB e seus aliados quer começar pelo Rio de Janeiro a impor sua versão de “Ajuste Fiscal” ao conjunto dos servidores o que o Planalto deseja, mas tem tido dificuldade em fazer. Tivéssemos um autêntico partido operário revolucionário, estaria na ordem do dia mobilizar conselhos de operários, os servidores em geral, unindo-se ainda aos oprimidos e explorados para conquistar o poder e expropriar a burguesia para jogar abaixo este estado burguês apodrecido.

A luta contra o “Ajuste Fiscal”, se reveste de mais importância ainda nesta conjuntura onde segundo o DIEESE, em março o salário mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.736,26. O valor é 4,25 vezes o salário em vigor Valendo cerca de um quinto do que deveria ser, o atual salário mínimo reflete que desde há tempos – assando pelos períodos da ditadura militar, avançando no período do governo de transição à “redemocratização” de Sarney, às eleições diretas que elegeram Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma Rousseff– o salário mínimo de miséria no Brasil é uma herança da escravização da população preta e o “segredo” do desenvolvimento do capitalismo brasileiro que pretende-se igualar aos grandes capitalistas ao redor do mundo.

Mais uma das muitas provas que nem a burguesia tradicional e tampouco o governo burguês da frente popular liderada pelo PT vai prover sequer um mínimo de subsistência para os que produzem a enorme riqueza do Brasil S.A. Hoje os trabalhadores desde a Grécia até os morros do Rio estamos sofrendo os golpes do capitalismo em avançado estado de putrefação. Só a revolução socialista internacional dará um futuro aos explorados e oprimidos!!!

PROPOSTA MOÇÃO ASSEMBLÉIA DO SEPE-RJ, 14/04/2016

Estender a greve do magistério carioca a uma greve nacional contra os ajustes e a “reforma” previdenciária

Moção

Considerando que, durante mais de um mês, desde começo de março, os professores na rede estadual do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro estamos em greve contra o governo de Pezão, e agora sob “governo” do mensaleiro Dornelles, que promovem um pacotão de medidas incluindo a reforma da previdência e um ajuste que ameaça os salários e ao mesmo tempo em que gastam milhões pela preparação das Olimpíadas; e

Considerando que estudantes de secundaria tem-se solidarizado com a greve do magistério carioca ocupando até o momento mais 28 escolas em 12 municípios do Rio de Janeiro; e

Considerando que desde o dia 6 de abril, os servidores públicos estaduais entraram em greve; e

Considerando que os “ajustes” e “reformas” no Rio, junto com o ataque violento contra grevistas nas escadas da ALERJ no dia 30 de março, anunciam medidas similares pelo governo federal; e

Considerando que, para ganhar esta batalha e resistir os ataques do capital ao nível nacional, precisamos estender a greve; portanto.

–Desde agora unificar com a rede municipal do magistério do Rio e dos outros municípios à greve da rede estadual;

–Fazer um chamado aos professores e estudantes das universidades do Rio (UERJ, UFRJ, UFF, outras) de se juntar à greve do SEPE para convertê-la numa greve de todo o setor educativo;

–Fazer um chamado aos trabalhadores dos municípios, os funcionários do sistema de saúde público e servidores de todo o estado de se juntar numa poderosa greve geral contra o pacotão; e

–Fazer um chamado aos sindicatos da educação e do funcionalismo público do país inteiro de deflagrar uma greve nacional até a retirada ou o arquivamento do ajuste fiscal e a reforma da previdência federal. ■